Igreja das Covinhas - Foto:Blog dia a dia notícias e eventos |
Caravanas vindas de
várias unidades federativas estarão presentes na cidade de Rodolfo Fernandes,
no oeste do estado, neste feriadão de 12 de outubro. É o turismo religioso as “meninas
das Covinhas”, na data em que é comemorado do Dias das Crianças.
Gente de várias cidades
do estado do Rio Grande Norte e demais estados do nordeste faz o percurso
anualmente. Para se ter uma ideia, no local acontece uma espécie de “feira” com
comércio ambulante que vai de velas, até utensílios de cama mesa e banho
passando, claro, pelo ramo alimentício.
Conheça a história
das Meninas das covinhas
Uma igrejinha
construída na divisa entre os Estados do Rio Grande do Norte e Ceará, município
de Rodolfo Fernandes, marca o lugar exato onde no ano de 1877 duas meninas
irmãs morreram de fome e sede, quando acompanhavam os pais e outros vários
retirantes na fuga de uma das maiores secas registradas na história desta
região.
Era Mãe Cândida que contava essa história aos netos, sempre que eles
perguntavam sobre um clarão que viam naquelas bandas de chão, numa época onde
ali energia elétrica ainda não existia. Um dos netos era Raimundo Honório
Cavalcante de Oliveira, conhecido como Bento Honório, que em 1953 realizou o
sonho de comprar a fazenda Sossego, e que acabou se tornando precursor de uma
história de muita fé, que tem atraído pessoas de várias partes do Brasil: a
história das Anjinhas das Covinhas.
História
que é contada pelo próprio Bento Honório...
"No dia 24 de
agosto de 1980 senti uma dor muito forte, no momento em que mexia em uma cerca
da fazenda. Cheguei em casa muito mal, a ponto de desmaiar. Era uma
quarta-feira. A família decidiu que eu deveria ir para Mossoró no outro dia.
Estava tão mal que fiquei mesmo em Itaú, cidade vizinha, de onde retornei no
sábado. No domingo, as dores pioraram. Nesta noite eu estava sentado numa
cadeira do quarto, pouca luz, quando tive a primeira visão das meninas. Elas
estavam em pé, na porta.
No dia seguinte fui
internado no Hospital Almeida Castro, em Mossoró. Recebi soro e medicamentos,
passei o maior sufoco, o maior sofrimento.
Por sugestão de vários
médicos, entre eles o ex-deputado Laíre Rosado, fui transferido para o Hospital
Geral de Fortaleza, que estava sem vagas. Fiquei então no Hospital Fernando
Távora. Exames, medicamentos, banhos e ninguém sabia ainda o que eu tinha.
O Dr. Fausto falou que
poderia ser hepatite. Mandou tirar sangue e não era. Dr. Célio mandou bater um
raio-x, e nada. Pediram então uma Junta Médica. O Dr. Afonso chegou a me
desenganar, mas a decisão foi o isolamento, pois poderia ser uma doença
contagiosa, talvez de rato ou outro animal. Fui então para o Hospital Geral
para um isolamento de 10 dias. Sentia muita dor e paralisia no corpo todo, a
ponto de nem conseguir dormir. Se morresse o corpo ficaria para estudos.
No primeiro dia, fiz
uma cirurgia onde botaram um aparelho na minha barriga para que eu recebesse
dois soros simultaneamente. Nesta noite faltou energia. Nos poucos segundos
antes do gerador ser ligado, tive a segunda visão das meninas. Foi quando fiz
uma promessa.
Uma amostra de meu
sangue foi mandada para o Rio de Janeiro, o resultado viria com quatro dias.
Durante este período não podia beber água, só soro. Ouvi dos enfermeiros que
até as roupas de cama eram queimadas. Não podia receber visitas de ninguém.
No quarto dia, quando
amanhecia, uma senhora e duas meninas entraram no quarto. Eu ainda estava
bastante sonolento, mas lembro muito bem quando a mulher pediu a uma das
meninas uma válvula para retirar o aparelho de soro que estava ligado ao meu
umbigo. Ainda hoje vejo a mão da menina entregando esta válvula. Retiraram toda
a aparelhagem e fizeram o curativo.
Quando Dr. Célio chegou
perguntou quem havia retirado o aparelho e feito o curativo. Respondi que tinha
sido uma senhora de branco e duas meninas. Ele logo pensou que eu estava
delirando, mas quando procurou saber na equipe como aquilo havia ocorrido, e
porque no prontuário não havia nada, ninguém soube dar a resposta. Foi quando
contei para Dr. Célio sobre minhas visões.
Em meio a perplexidade
dos médicos, chegaram os exames com resultado negativo. Mandaram refazer. Mais
quatro dias sem água, e agora recebendo soro pelo braço. Novamente resultados
negativos. Na noite do 10º dia no isolamento, tive uma nova visão. Vi o local
das covinhas com todos os detalhes: uma árvore caída e uma pequena lagoa
marcaram aquela visão. E ouvi uma voz dizendo: "Com os poderes de Deus, o
Sr. está curado".
No outro dia convocaram
uma junta médica com 20 médicos. Não podiam atestar qualquer doença devido
todos os exames darem negativo. Decidiram por minha permanência por mais dez
dias no hospital. Depois teria que fazer exames regulares em 15, 30, 60 e 120
dias após a alta do hospital. Nenhum remédio foi recomendado." Bento
Honório Trinta dias exatos do dia em que havia saído de casa, Bento retornou
com um Cruzeiro que encomendara em Fortaleza. Neste mesmo dia foi em busca do
lugar que as visões indicaram. A partir daí começou a luta para erguer a igreja
e dar a ela uma estrutura digna para receber os fiéis. Ele diz que não foi
difícil devido ter recebido inúmeras doações de pessoas das mais diversas
cidades, inclusive do sul do país, que não sabiam nem onde era Rodolfo
Fernandes.
Durante anos realizou o
sonho da construção da Igreja das Covinhas, a obra física. A obra espiritual,
no entanto, está presente nas milhares de pessoas que todos os anos visitam a
Igreja e o Cruzeiro, com suas histórias, preces e agradecimentos.
A Igreja das Covinhas
está a 5 km da cidade de Rodolfo Fernandes, distante 130 km de Mossoró, e 400
km da capital Natal.
Com informações do
blog Maracajá online
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